O BIBLIOTECÁRIO NAS
TELAS DE CINEMA:
RETRATO FIEL OU
ESTEREÓTIPO?
RETRATO FIEL OU
ESTEREÓTIPO?
As
representações sociais de Bibliotecas e de Bibliotecários estão registadas em
muitas produções literárias e cinematográficas.
Umberto
Eco em 1980 publicou pela primeira vez na Itália o romance “O Nome da Rosa”,
posteriormente foi transformado em filme. No romance, é retratada a realidade
de uma biblioteca de uma grande abadia medieval, no Norte da Itália. A
biblioteca é destacada pela grandiosidade de seu acervo, em termos de
quantidade e variedade, entretanto, uma grande característica evidenciada no romance
é inacessibilidade do acervo. A biblioteca é descrita como um grande
“labirinto” inacessível, no qual somente o bibliotecário e seu ajudante tinham
acesso. No romance também foi realçada a complexidade da estrutura
organizacional da biblioteca, assim como destacou a importância do papel do
bibliotecário, não como disseminador da informação, mas como centralizador do
conhecimento.
Outras
representações sociais estiveram presentes em algumas produções literárias e
cinematográficas, cujos temas têm, como pano de fundo, as bibliotecas e a
atuação dos bibliotecários, como por exemplo, “The time machine”, “Fahrenheit
451”, “O dia depois de amanhã”, “Star Wars – a guerra dos clones”, e os
romances “Martin Éden”, “O homem sem qualidades”, e “A sombra do vento”.
No
romance “Martin Éden”, o personagem da narrativa necessita de uma informação
utilitária e prática, ou seja, um manual de boas maneiras. A biblioteca é
ilustrada nesse romance como o lugar ideal onde Martin Éden poderá encontrar
uma resposta para sua necessidade de informação, e o bibliotecário de
referência é retratado de forma muito positiva, como a pessoa com a “capacidade
de entender as exigências de Martin”, sendo “capaz de fornecer ao usuário a
informação desejada”, e suscita grande admiração por parte de Martin, que se
sente motivado a “frequentar a biblioteca regularmente”.
Em “The
time machine” ilustra a biblioteca do futuro, onde “todos os livros já foram
digitalizados e depositados em grandes bancos de dados conectados em rede no
mundo inteiro”, a figura do bibliotecário e da biblioteca são representados por
VOX, que é uma “unidade fotônica de terceira geração com funções verbais e
visuais”.
Uma
outra imagem do bibliotecário é mostrada em “Star Wars: a guerra dos clones”,
onde o personagem da história, Jedi Obi-Wan Kenobi, entra na sala do arquivo
galático em busca de uma informação sobre um determinado planeta, e recebe do
bibliotecário a informação que esse dado não aparece nos registos, logo não
existe. O filme retrata “um certo estereótipo de bibliotecário pouco disponível
para as exigências do usuário e ciumento do patrimônio que controla”.
No
filme “O dia depois de amanhã” a Public Library of New York é utilizada como
refúgio, depois de uma catástrofe que acomete a cidade de Nova Iorque,
decorrente do efeito estufa, onde o “mundo atravessa uma repentina mudança
climática, durante a qual se instaura uma nova era do gelo”; boa parte do filme
acontece dentro da biblioteca. Nesse filme, a biblioteca representa a “salvação
para aqueles que resolvem nela permanecer”, e a bibliotecária é assim retratada
como um profissional aparentemente pouco simpático, mas sua postura é essencial
para que seus “usuários involuntários se salvem”.
Em sua
opinião, qual das representações de bibliotecas e bibliotecários mas retrata a
realidade?
Parte da apresentação do TCC “O Bibliotecário nas Telas de Cinema: Retrato Fiel ou Estereótipo?”, de Gilson P. Borges.
Postado originalmente em: Mural Interativo do Bibliotecário